A expressão pandemia deriva de pandemus, cujo significado é pertença das pessoas ou comum no sentido público. Isto porque pan é todos no sentido literal enquanto que demos reconhece pessoas. Mas a expressão da moda é igual a epidemia? A resposta, tal como este surto em termos epidemiológicos, é uma área cinzenta…
Epidemia significa surto de doença que está de forma ativa a espalhar-se ou, em que o número de casos da doença é substancialmente superior ao esperado. Em sentido lato corresponde a uma doença “fora de controlo”, mas por norma definida por um âmbito geográfico ou regional. A questão é simples: o que significa área geográfica ou região? Uma freguesia, um concelho e um distrito à escala nacional? Ou, um estado ou cantão como por exemplo nos Estados Unidos e Suíça? Essa abrangência territorial é que transforma o conceito epidemia em pandemia.
Por outro lado, é realmente esta pandemia uma anormalidade nunca vista? A resposta reitera a cor cinzenta, pois basta citar alguns exemplos da história da Humanidade: i) a peste negra (século XIV) estima-se ter dizimado 200 milhões de pessoas; ii) a contribuição da gripe espanhola foi próxima de 100 milhões; ou, iii) a varíola somente no século XX implicou a morte de 300 milhões de pessoas. Ou seja, trata-se de um fenómeno com probabilidade baixa e de elevado impacto.
A questão futura é: manterá o nível de recorrência? Ou, estaremos perante um incremento exponencial da probabilidade. Em face dos indícios é provável que se torne uma realidade cíclica; e, daí a expressão “nova realidade”, pois independentemente da existência ou não de uma vacina num horizonte temporal curto a melhor estratégia é a cooperação (regional, nacional e internacional) e a proteção por meio de equipamentos.
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